segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Martinho in RiO
2011
Lançamento de O Livro dos Milagres


201112181130O1

I

Deu-se na noite dessa última sexta-feira no Luna Café, no aprazível bairro do Cosme Velho o lançamento carioca do texto de divulgação céptica O Livro dos Milagres (Vieira & Lent, 2011) do jornalista científico e autor de literatura fantástica Carlos Orsi Martinho, sob o nom de plume Carlos Orsi.  O subtítulo do livro, “a ciência por trás das curas pela fé, das relíquias sagradas e dos exorcismos” já esclarece quanto à proposta de desmistificar as alegações da fé, missão dura mas cada vez mais necessária nestes tempos de obscurantismo crescente em que mergulhamos nas primeiras décadas do século XXI.

Convite do lançamento carioca.

Rumei para o bar-restaurante direto do trabalho, de metrô, por imaginar que o trânsito da cidade ainda estivesse algo tumultuado em virtude da tempestade de verão que desabara horas antes.  Tomei o metrô na estação Estácio e saltei no Largo do Machado, pegando o ônibus da integração até a porta do estabelecimento.  Tão simples, seguro e rápido que acabei chegando ao Luna Café antes da Cláudia e do próprio autor.  Assim que ela chegou sentamos à mesa reservada para o lançamento.  Haveria um show de música ao vivo mais tarde, porém, segundo o informado, quem viesse para o lançamento não precisaria pagar o couvert.  Embora o convite falasse em bossa nova, pelos ensaios, parecia que ia rolar um rock pesado.

Travamos contato com dois outros amigos do Martinho: o ornitólogo Fernando Pacheco e o físico Daniel Bezerra.  Fernando nos explicou as diferenças entre bem-te-vis (Pitangus sulphuratus) e suiriris (Tyrannus melancholicus), pássaros da mesma família que os leigos costumam confundir um com o outro.  Contou-nos que o suiriri costuma exibir comportamento mais agressivo do que o bem-te-vi, embora seu primo, mais conhecido, acabe levando a fama pelos ataques a gaviões empreendidos pelo suiriri.

Fernando Pacheco, Carlos Orsi Martinho e Raphael Vidal.

Pouco mais tarde chegava o Martinho com seu editor, Raphael Vidal.  Esse último nos falou que residia no Morro da Conceição, na bucólica Rua do Jogo da Bola, onde por tantos anos cortei caminho do Observatório do Valongo até a Praça Mauá.  Para quem não conhece, a Jogo da Bola é uma ruazinha de cidade do interior engastada em pleno centro velho do Rio de Janeiro.  Um de seus acessos principais é justamente pela Ladeira Pedro Antônio, que conduz ao Valongo.

Fernando também nos contou sobre uma descoberta recente de que o bico do tucano atua como dissipador de calor.  Contamos para Martinho que há coisa de dez ou quinze anos famílias de tucano-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus) começaram a nidificar e habitar o Jardim Botânico do Rio de Janeiro para alegria dos visitantes em geral e observadores de pássaros em particular.

Conversamos as idiossincrasias do mercado editorial brasileiro.  Vidal afirmou costuma levar pelo menos cinquenta exemplares para qualquer lançamento da Vieira & Lent, mesmo quando tem praticamente certeza de que não venderá mais do que cinco ou seis livros.  Porque, segundo ele, é sempre melhor e, sobretudo, menos constrangedor, sobrar do que faltar exemplares.

Raphael, Octavio Aragão e Ricardo França.

Os amigos Octavio Aragão e Ricardo França chegaram pouco mais tarde.  Como a casa trabalha com sistema de comandas, ninguém se apertou em pedir o que quis, quando quis.  Pedi um caldo verde e Cláudia um canelone de carne, ambos regados por um honesto Porca de Murça.

Conversei com Martinho sobre o trabalho dele para a Erotica Phantastica.  Octavio confirmou que está escrevendo seu conto para a Erotica.  Vidal interessou-se pelo projeto e eu lhe expliquei do que se tratava, falando que estava recebendo um bocado de submissões legais, embora algumas dessas sejam quase destituídas de elementos fantásticos ou excessivamente tímidas em suas abordagens da temática sexual.  Felizmente, com a abundância de submissões — mesmo excluindo os vampiros emos, as escravas sexuais élficas e os zumbis estupradores — creio que será possível reunir um punhado de contos bem escritos e originais que deverá agradar a gregos e baianos.

Também falei um pouco das outras antologias que estou organizando para a Draco, a Super-Heróis (um trabalho de parceria com o coantologista Luiz Felipe Vasques) e a Solarpunk, sobre a exploração de energias alternativas.

Como Ivo Heinz já fizera meses atrás, Ricardo França me admoestou pelo fato de eu lhe ter revelado um site com um número quase infinito de livros digitais para download, confessando que já baixou dezenas de gigabytes de livros sensacionais, sobretudo na área de não-ficção.

Quase provoquei uma jihad ao citar uma crítica literária da Faren Miller na Locus de setembro último, onde a estudiosa — ao destrinchar A Dance With Dragons, quinto romance da Song of Ice and Fire, de George R.R. Martin — compara a saga, em termos de escopo e profundidade, aos melhores trabalhos de Shakespeare.[1]  Ante o olhar indignado de Octavio, esgrimi o argumento de que Martin escreve muito melhor do que Tolkien.  Apenas a língua ferina de Martinho me salvou da genuína saraivada de tomates e ovos podres que já se desenhava em meu horizonte imediato, ao declarar:

— Mas, pera aí, vamos combinar, Tolkien nunca escreveu tão bem assim...

Já tendo lido os cinco romances das Crônicas de Gelo e Fogo, Daniel discorreu sobre as nuances psicológicas de vários personagens, com ênfase no íntegro mas bisonho Ed Stark e no canalha honrado, Tyrion “Meio-Homem” Lannister, um dos personagens mais complexos e consistentes da literatura fantástica.  Ao contrário de mim, que considero Stark um líder acometido por ingenuidade criminosa e Tyrion um sujeito admirável, Daniel tem Stark em alta conta e julga o anão um ignóbil.

Por volta das 22:00h, quando a conversa estava realmente boa, o conjunto de rock começou seu show.  Até que as músicas eram legais, tocaram, inclusive, clássicos dos Beatles.  Só que o volume era excessivo para quem fora até ali pelo bate-papo e não pelo repertório musical.  Daí, após uns poucos minutos de resistência heróica e diálogos aos gritos, organizamos nossa retirada.  Conforme o combinado, não precisamos pagar o couvert artístico.

Na volta para casa, à falta de um táxi vazio, acabamos tomando o bom e velho 569 que nos conduziu em segurança da porta do restaurante até em casa.



II

Nossa primeira opção para o almoço de sábado com Martinho era o Fiorino, na Tijuca.  Além de massas saborosas, o restaurante possui uma das melhores cartas de vinho da cidade e a preços relativamente razoáveis.  Contudo, quando regressamos de nossa caminhada matinal pelo Jardim Botânico, ouvimos um recado de nosso amigo ao celular, falando que Daniel havia descoberto que o Fiorino não abre para almoço nos sábados.  O próprio Daniel sugeriu a galeteria estilo gaúcho, La Nona, na Conde de Bonfim, lado ímpar, no quarteirão entre Itacuruçá e Visconde de Cabo Frio.

Com a mudança de planos, acabamos chegando à galeteria um pouco atrasados.  Presentes no local já estavam Martinho, Daniel Bezerra e a esposa Ana Carina Melo.  Em termos de galeteria seguindo as tradições gaúchas, o serviço e a comida eram corretos, mas perdem quando comparados aos daquela em que estivemos no último aniversário de nosso amigo Sylvio Gonçalves em abril último.  De todo modo, optamos pelo rodízio de galeto com os acompanhamentos tradicionais, regados por um Boscato Reserva Merlot 2007 a um preço pra lá de honesto.

A conversa girou em torno das deficiências das redes de ensino pública e privada brasileiras; das perspectivas do ateísmo em geral e do movimento céptico em particular ante o avanço preocupante dos cultos evangélicos fanáticos; das bolhas de especulação imobiliárias no Rio de Janeiro e em outros estados.  Martinho falou do lançamento de um prédio de apartamentos de luxo em Jundiaí por preços exorbitantes.  Também analisamos a tendência insofismável dos abastados de tentar impedir os menos favorecidos de ingressar nos logradouros, praias, bairros e regiões que consideram seus redutos exclusivos.

Cláudia, Daniel Bezerra e Martinho.

 Daniel nos falou de um projeto de divulgação do movimento céptico, procurando uma aliança entre ateus e indiferentes.

Analisamos alguns enredos de vampirismo científico e Martinho expôs um romance que tentou explicar de forma científica o temor que os vampiros teriam da cruz.  Todos lembramos do vampiro judeu de A Dança dos Vampiros do Roman Polanski.

Após quase cinco horas de repasto e papo excelente em ritmo de slow food — ao longo das quais desabou mais um dos temporais apavorantes, tão típicos do verão carioca — enfim fechamos a conta e caminhamos até a Praça Saenz Peña, onde Daniel se despediu e nós tomamos o metrô até a estação Botafogo.  Dali, Cláudia pegou o ônibus de integração para casa, enquanto eu e Martinho caminhamos até o Estação Gourmet, onde a nata da comunidade da FC carioca nos aguardava.



III

Ao chegarmos no Estação Gourmet, já se encontravam presentes, Ana Cristina Rodrigues, Max Mallmann, Jorge Pereira, Eduardo Daniel e uma jovem que só conhecia através do twitter, @spacewoman3.

Ao longo da noitada, juntaram-se aos bons os amigos Sylvio Gonçalves, Ricardo França e Estevão Ribeiro.

Como sempre, nosso povo optou por se sentar do lado do restaurante sujeito ao maravilhoso & viciante rodízio de pizzas e crepes.  Tentação tão implacável quanto os apelos sedutores de Vênus a Tannhäuser, à qual logrei milagrosamente resistir graças ao metabolismo digestivo vagaroso e, sobretudo, ao estômago forrado no rodízio de frango do La Nona.  De todo modo, escorei-me numa porção de carpaccio com molho pesto, reforçada com lascas de lasanha de presunto e rodelas de linguiça  calabresa, porque, afinal, ninguém é de ferro...  E, por falar em ferro, como água enferruja as tripas, para harmonizar o prato, uma garrafa de Malbec de fina cepa, o Cinco Sentidos, que eu ainda não conhecia mas que, por aquele preço, já me tornei freguês.

Galera no Estação Gourmet — Ana Cris, Sylvio Gonçalves, Estevão
Ribeiro, Ricardo França, Martinho, Jorge Pereira, Max Mallmann.

Das 19:30 até uma e pouco da matina, o papo rolou animadíssimo sobre história, cinema, ficção científica e gêneros correlatos, fofocas do fandom e muito mais.

A respeito dos detalhes sórdidos & deliciosos abordados em nossos papos, discussões e debates de ontem à noite, cumpre apresentar desculpas prévias aos ausentes pela omissão proposital das partes mais picantes e divertidas desta crônica em prol da preservação de minha paz de espírito, integridade física e outros poucos atributos que pretendo manter intactos.  Portanto, antes de prosseguir com a resenha dessa noitada animada, deixo-os com a promessa de publicação póstuma do meu Memórias Contundentes do Fandom Brasileiro de FC&F (Draco, 2112) e com a velha máxima surrada dos X-Files: “Government denies knowledge.”J

Já no início dos trabalhos, @spacewoman3 detalhou de forma veemente as falhas e virtudes do bestseller de fantasia angélica do Eduardo Spohr, A Batalha do Apocalipse.

No âmbito da análise intelectualizada da narrativa dos filmes de fantasia, certa participante influente do subfandom carioca confessou-se inteiramente fissurada pelos poderes hipnóticos da virilha do personagem interpretado por David Bowie em certo filme de fantasia cujo título me foge à memória.

Em seguida nos divertimos ao analisar a mais nova ressurgência de discussões inúteis sobre a literatura fantástica brasileira, presente tanto nas listas quanto nos comentários de alguns blogues e, aparentemente, motivada por uma chamada para a polêmica da brasilidade na FCB pelo blogue do Tibor Moricz.  Daí, nova autópsia & ladainha dos mesmos velhos temas já discutidos ad nauseam na rodada de debates anterior: antropofagias anacrônicas, patrulhas ideológicas diversas, explicações para a ausência de Borges e Lems brasileiros, qualidade das antologias temáticas nacionais e muito, muito mais.

Mesma galera de outro ângulo.

Em nova rodada do embate Tolkien vs. Martin, aftershock da discussão de ontem no Luna Café, Ana Cris, somando o insulto à injúria, coloca um ponto final no assunto ao declarar que J.R.R. Tolkien não era um escritor, mas sim um filólogo.  À guisa de último prego na tampa do caixão, lembrei que os textos de Tolkien exibem certos problemas no que concerne às cenas de ação.  Problemas felizmente superados com maestria nos filmes de Peter Jackson.

Outro tópico candente da noitada no Estação Gourmet foi a plêiade de idiossincrasias de autores e editores.  Dentre tantas questões, predominou a que tenta definir o que o editor pode ou não pode alterar, sem consultar o autor.  A título de ilustração, citei os diversos equívocos quanto aos títulos nobiliárquicos em Impérios do Brasil Alternativos.  Houve também o caso patológico de um autor cujo trabalho bem escrito acabou rejeitado numa antologia da Ano-Luz pelo fato de se recusar a reescrevê-lo para eliminar um personagem-penduricalho inteiramente desnecessário à história.

A referência histórica aos impérios coloniais portugueses e brasileiros acabou trazendo à baila a questão crucial das divergências entre as nomenclaturas das práticas eróticas entre o português europeu e o português brasileiros.  Em virtude da abundância de submissões de autores portugueses à antologia Erotica Phantastica, com o auxílio involuntário de meu bom amigo Jorge Candeias, via referências do Facebook, logrei obter traduções para os termos “minete” (cunilíngua) e “broche” (felação).  Por mais que a decisão editorial possa causar ojeriza aos autores da literatura erótica fantástica portuguesa, cumpre traduzir certas expressões apimentadas do vernáculo lusitano para o português brasileiro a fim de evitar a estranheza do leitor desavisado.

Comentamos os temores juvenis externados por alguns autores inexperientes de que os editores lhes roube suas ideias geniais.  A solução definitiva para esse tipo de paranoia é registrar o trabalho no EDA da Biblioteca Nacional antes de submeter o trabalho à editora, certo?  O problema é que o autor inexperiente em geral também não sabe disso...J

Já para o fim da noite, a questão polêmica que incendiou a imaginação inebriada de alguns presentes foi a levantada por Ana Cris sobre a relativa abundância de periguetes no fandom da FC&F brasileira.  Em seguida, com o auxílio de dois autores presentes, ela exibiu uma breve análise científica descritiva dos espécimes mais vistosos dessa fauna sob os olhares lascivo-nostálgicos de certo autor, decerto lembrando-se de suas aventuras recentes — reais e/ou literárias — nas últimas convenções do fandom.

Mais uma vez, permanecemos no Estação Gourmet até sermos praticamente expulsos de lá por funcionárias sonolentas prestes a cerrar as portas.  Já nas despedidas, um Max Mallmann emocionado falou que precisávamos nos reunir mais vezes e acabou me ajudando a parar um táxi para voltar para casa, enquanto ele próprio e a maioria de nossos amigos foi esticar a noitada num barzinho.

Assim se deu a vinda de nosso amigo Carlos Orsi Martinho à mui leal cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro que, de certa maneira, acabou se confundindo com nossa comemoração de fim de ano.

Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 18 de dezembro de 2011 (domingo).




Participantes:
Ana Carina Melo (2)
Ana Cristina Rodrigues (3)
Carlos Orsi Martinho (1) (2) (3)
Cláudia Quevedo Lodi (1) (2)
Daniel Bezerra (1) (2)
Eduardo Daniel (3)
Estevão Ribeiro (3)
Fernando Pacheco (1)
Gerson Lodi-Ribeiro (1) (2) (3)
Jorge Pereira (3)
Max Mallmann (3)
Octavio Aragão (1)
Raphael Vidal (1)
Ricardo França (1) (3)
Sylvio Gonçalves (3)
@spacewoman3 (3)


(1)     Luna Café
(2)     Galeteria La Nona
(3)     Estação Gourmet



[1].  “A recent New York Times review of Dance compared this to the combination of scope and detail in some of the great 19th century novels, but (at the risk of sounding pretentious) I’ll stand with those reviewers of past Ice and Fire novels who look further back, beyond Tolkien, Dickens, Hugo, and all the rest of them — to William Shakespeare.  Like the Bard, Martin humanizes and individualizes such archetypes as Hero, Fool, Lovers, King, and Queen, using whatever tools it takes, from low comedy to the bleakest tragedy and pretty much everything in-between.  He also has the same knack of taking quasi-historic backgrounds and finding echoes of contemporary issues, while managing to avoid any sense of a blatant message.  In some ways, of course, drama still trumps the novel format: in future centuries, literate types are a lot more likely to go around quoting from Hamlet’s ‘‘To Be’’ soliloquy than recalling either dialog or private musings from these books.  Nonetheless, the prose in A Dance with Dragons is masterful at setting scenes, as well as expressing and invoking emotions – from the blunt force of an offhand ‘‘fuck’’ to the most impassioned exchange of words.

domingo, 4 de dezembro de 2011

LaNÇAMENTO CaRIOCA
Da
DIESELPUNK
E
Para tudo se acabar na 4ª feira


201112011359O5

Deu-se hoje na livraria Blooks, espaço tradicional da literatura fantástica carioca, o lançamento conjunto da antologia Dieselpunk (Draco, 2011) e da graphic novel intempoliana Para Tudo se Acabar na 4ª Feira (Draco, 2011), com roteiro de Octavio Aragão e desenhos de Manoel Ricardo.

Cheguei à livraria uma hora antes do horário marcado (19:00h), ávido para passar ao comando do garçom da livraria as duas bag-in-box, oito litros ao todo: cinco de tinto (Cabernet Sauvignon) e três de branco (Chardonnay + Malvasia + Trebbiano).  Imagino que tenha sido o lançamento com oferta mais abundante de vinho da literatura fantástica brasileira.

Para matar o tempo, saí para tomar um chocolate gelado numa lanchonete próxima.  Na fila do caixa encontrei Luiz Felipe Vasques.  Sentados numa das mesas situadas entre a livraria e a lanchonete, trocamos ideias sobre o material submetido à antologia Super-Heróis, que estamos organizando a quatro mãos.  Com a chegada do fã velha-guarda Alexandre César, o assunto mudou para os grandes atores de filmes de ficção científica, horror e fantasia.  Com a chegada da Cláudia, minutos mais tarde, de Octavio Aragão & Família, adentramos na Blooks.

Antes do início da sessão de autógrafos, travei contato com o blogueiro e roteirista Gabriel Guimarães de França, com quem falei da atual Dieselpunk e, sobretudo, das futuras Solarpunk e Super-Heróis.  Animado, Gabriel prometeu escrever uma matéria sobre o lançamento em seu blogue, Quadrinhos Pra Quem Gosta.

Octavio Aragão e eu: Autores em ação!

Mais uma vez, os lançamentos cariocas combinados da Draco na Blooks bombaram.  Estimo que 70% dos presentes lá estiveram por causa da graphic novel.  Octavio convidou bastante gente, tanto amigos quanto colegas de trabalho e muitos desses e daqueles nos honraram com suas presenças.  Da minha parte, não convidei ninguém, mas por um motivo nobre: como entrei num ritmo de lançar pelo menos uma antologia e um romance ao ano, ao contrário do que se deu no lançamento carioca do A Guardiã da Memória em junho último, desta vez resolvi dar um “descanso” à família e aos amigos extrafandom.  Afinal, sou apenas o antologista e autor de uma noveleta da Dieselpunk e não seu autor solo.

Novidade: Esgotou mais uma vez...

Mais uma vez, os livros remetidos pela editora não foram suficientes para atender a demanda.  Os trinta exemplares da Para Tudo se Acabar na 4ª Feira se esgotaram em menos de uma hora.  Infelizmente, o desenhista Manoel Ricardo não pôde estar presente para curtir esse sucesso.

Embora a Blooks tenha recebido menos exemplares da Dieselpunk do que da graphic novel, a antologia demorou mais a acabar, mas também esgotou bem antes do fim do evento.

Fila extensa na mesa de autógrafos.

Em plena fila de autógrafos, indignado com o fato de a graphic novel já ter esgotado, Carlos Patati ligou para o editor Erick Sama, da Draco, para lhe pagar, segundo suas próprias palavras, uma “bronca fraternal” pela quantidade humilde de exemplares enviadas para o lançamento.  O editor pediu o endereço do quadrinista premiado e se comprometeu a lhe enviar um exemplar, creio que a título gratuito.
Patati na Fila de Autógrafos: — Mas, como já acabou!???


Este lançamento geminado serviu para reunir velhos dinossauros do subfandom carioca, alguns deles atualmente bissextos, numa autêntica ressurreição dos mortos-vivos: Alexandre César, Bráulio Tavares e Rubenildo Python de Barros.  Esse último eu já não via desde o lançamento da antologia comemorativa do Clube de Leitores de Ficção Científica em fins de 2005.  Rubenildo confessou sua paixão atual pelos livros digitais.

Bráulio, Rubenildo e eu: Dinosaurs Rule!
Ana Cristina Rodrigues, Daniel Ribas, Josué de Oliveira e Luiz Felipe Vasques.
 
Também estiveram presentes os autores Carlos Eugênio Patati, Ana Cristina Rodrigues e Pedro Vieira; bem como, diversos professores da Escola de Comunicação da UFRJ, capitaneados pelo botafoguense roxo Amaury Fernandes; além de vários membros eméritos do subfandom, como Rafael Lupo Monteiro, Daniel Ribas e Josué de Oliveira.

Para sanar a dificuldade de Daniel Ribas em sua pugna epopeica para obter um exemplar da antologia Como Era Gostosa a Minha Alienígena! (Ano-Luz, 2002), ofertei-lhe um exemplar, aproveitando o ensejo para autografá-lo pelo meu conto e pelos contos de meus alter egos Daniel Alvarez e Carla Cristina Pereira.

Preso numa festa em casa de parentes, Max Mallmann me ligou afirmando que iria direto para a Estação Gourmet, nosso tradicional ponto de encontro pós-lançamentos literários.  Ingênuo, encarregou-me de comprar um exemplar de cada livro, mal sabendo que já haviam se esgotado há tempos.

Enquanto aguardávamos o encerramento dos trabalhos formais, tive oportunidade de conversar com Rafael Lupo Monteiro sobre a submissão dele à antologia Erotica Phantastica, uma das três que estou presentemente organizando para a Draco.

Mesa do Estação Gourmet 1.

Enfim, encerrados os trabalhos, por volta das 21:00h, eu, Cláudia, Ana Cris, Lupo, Josué de Oliveira e Alexandre César saímos da Blooks e caminhamos pela Praia de Botafogo até a Mena Barreto, onde se situa a Estação Gourmet.  Mais tarde juntaram-se à nossa mesa Bráulio Tavares e seu filho, Toínho Castro e namorada.  Desta vez, excepcionalmente, optamos pelo apetitoso rodízio de pizzas.  Bem mais tarde, chegaram Max Mallmann e Estevão Ribeiro.  O papo rolou animado por mais de três horas, versando sobre os clássicos da história alternativa, submissões recebidas, rejeitadas e aceitas em antologias passadas, presentes e futuras, participações em podcasts, com ênfase a sessão do próximo sábado do PodEspecular sobre a história e o futuro do Clube de Leitores de Ficção Científica e outras inconfidências que, infelizmente, não será possível transcrever aqui.J

Mesa do Estação Gourmet 2.

Saímos do estabelecimento cansados mas felizes por volta da meia-noite.  Fomos os primeiros a levantar da mesa e o papo continuou fervendo, imagino, até o restaurante cerrar as portas, como das vezes anteriores.

Jardim Botânico, Rio de Janeiro, 1º de dezembro de 2011 (quinta-feira).




Participantes:
Alexandre César
Amaury Fernandes
Ana Cristina Rodrigues
Bráulio Tavares
Carlos Eugênio Patati
Cláudia Quevedo Lodi
Daniel Ribas
Elisa Ventura
Estevão Ribeiro
Gabriel Guimarães de França
Gerson Lodi-Ribeiro
Josué de Oliveira
Luciana Carvalho
Luiz Felipe Vasques
Max Mallmann
Octavio Aragão
Pedro Vieira
Rafael Lupo Monteiro
Rubenildo Python de Barros
Toínho Castro