sábado, 27 de julho de 2013

Jantar com Hidemberg Frota em Manaus

Jantar com Hidemberg Alves da Frota em Manaus




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     Hoje à noite, no sexto e antepenúltimo dia de nossa semana de férias em Manaus, aproveitamos nossa presença na capital amazonense para afinal conhecer pessoalmente um amigo de longa data, o escritor manauara Hidemberg Alves da Frota, primeiro autor da publicar um conto profissional no universo ficcional da Intempol™.

* * *



     Às 20:20h descemos ao lobby do Park Suítes para nos encontrar com Hidemberg Alves da Frota, meu velho amigo manauara dos tempos da lista da Intempol que, apesar de todos os nossos contatos internéticos ao longo dos anos, pelo fato de residirmos tão distantes um do outro, ainda não conhecíamos pessoalmente. Hidemberg nos presenteou com uma caixa parruda de bombons de cupuaçu, para felicidade absoluta da Cláudia, que já estava preocupada pelo fato de ainda não ter comprado tais delícias, vendidas a peso de ouro no comércio do Rio de Janeiro. Retribuí com exemplares de meu romance de ficção científica erótica A Guardiã da Memória (Draco, 2011); minha coletânea As Melhores Histórias de Ficção Científica de Carla Cristina Pereira (Draco, 2012); e das antologias 2013: Ano Um (Ornitorrinco, 2012) e Vaporpunk (Draco, 2010).

     Após um breve bate-papo no lobby do Park Suítes, caminhamos até o Tropical para jantar no Karu Grill, estabelecimento que tanto eu quanto o Hidemberg já havíamos frequentado na segunda metade da década de 1980 (No meu caso, uma única vez em 1988).

Hidemberg Frota, GL-R, Cláudia Quevedo e Ursulla Lodi.

 
     Durante a caminhada até o Tropical, lembramos da ocasião em que Hidemberg leu “A Filha do Predador” para sua irmãzinha pequena, hoje com a idade da Ursulla e estudando Medicina na Federal do Amazonas.

     Jantamos o buffet do restaurante, com ênfase no churrasco de carne e pescado amazônico. Reguei o ágape com um Trapiche Merlot 2012, que desceu redondo, redondo. De sobremesa, pudim de leite, manjar de coco e um musse de chocolate simplesmente delicioso. Só não repeti porque teria que me levantar da mesa mais uma vez para me dirigir ao buffet e nosso bate-papo estava mais delicioso ainda.

     Durante a refeição conversamos sobre concursos públicos, a carreira e as oportunidades do Direito nos diferentes estados brasileiros, a ocupação do estado do Amazonas, o crescimento célere da cidade de Manaus, o casamento de Hidemberg com Fernanda, uma psicóloga mineira de Belo Horizonte que ainda reside por lá, as idas e vindas do casal para se encontrar, nossas profissões e afazeres na Cidade Maravilhosa, e muito mais. Como Ursulla, Hidemberg é filho de um casal graduado em carreiras ligadas às ciências exatas que decidiu dedicar-se às ciências jurídicas. Hide trabalha atualmente no Ministério Público Estadual do Amazonas.

     Nosso amigo nos explicou que as redes com as quais nos deparamos na Praia da Ponta Negra devem sua presença à pressão do Ministério Público local, tanto por conta dos afogamentos de banhistas no Rio Negro como pela presença de jacarés nas margens, que teria assustado nativos e turistas.

     Curiosamente, falamos bem pouco da ficção científica, exceto para narrar as peripécias da gênese de minha personagem mais famosa, Carla Cristina Pereira, e para relembrar os tempos áureos da Intempol e as desventuras e trapalhadas de certos membros egrégios do fandom da FCB. No quesito Carla, Hidemberg deu boas gargalhadas com os elogios que a pesquisadora e brasilianista Mary Elizabeth Ginway à escrita e à postura feminista corajosa das personagens da Carla e com meus apertos para receber alguns dos prêmios literários ganhos pelos contos e noveletas que escrevi sob esse pseudônimo.

     Ao fim do repasto, Hidemberg fez questão absoluta de pagar a conta, gentileza com a qual acedemos com preocupação, alegria e sentimento de culpa, sob condição de que ele nos visite nos próximos meses com a esposa Fernanda para que possamos paparicá-los no Rio de Janeiro.

     Durante a caminhada de volta para o Park Suítes, descrevi brevemente para Hide algumas nuances de meu processo de criação literária. Ele se surpreendeu ao saber que ainda escrevo meu primeiro rascunho à mão numa folha de papel, bem século XX mesmo!

     Uma vez em nosso hotel, cansadas, as meninas subiram para nossos quartos, enquanto eu e Hidemberg continuamos o papo animado no lobby enquanto aguardávamos que seu motorista de táxi comparecesse para buscá-lo. Aí sim, nesses minutos de espera animada, colocamos boa parte de nossa conversa sobre FCB em dia, relembrando dos velhos casos e fofocas e aproveitando para colocá-lo em dia com as últimas novidades do mercado e do fandom lusófonos. No todo, apesar de afastado das listas e lides da literatura fantástica brasileira e portuguesa, Hide mostrou-se surpreendentemente bem informado sobre o que vem acontecendo nos últimos anos. Todas as suas dúvidas e perguntas foram pertinentes.



GL-R e Hidemberg Alves da Frota no lobby do Park Suítes.

     Enfim, como tudo que é bom acaba, o motorista de fé de meu amigo apareceu, ele embarcou para regressar ao lar e eu retornei ao quarto 1014 para escrever esta crônica antes de mergulhar no descanso dos justos.

Park Suítes, Manaus, sexta-feira, 26 de julho de 2013.





Participantes:
Cláudia Quevedo Lodi
Gerson Lodi-Ribeiro
Hidemberg Alves da Frota
Ursulla Quevedo Lodi